domingo, 6 de setembro de 2015

Psycho World

Se me pedirem um top 5 dos jogos de MSX2, com certeza colocarei Psycho World na lista. É muito divertido, tem ótimas músicas, e tecnicamente é muito bem programado.


A única parte curiosa é o nome do jogo. Por que raios ele chama Psycho World? A tradução disso é Mundo Psicótico!



Certeza que na verdade o japonês queria que o nome fosse Mundo Psíquico, e aí o certo seria Psychic World. E isso é tão verdade, que quando fizeram a versão de Master System, que iria ser lançada fora do Japão, consertaram o título do jogo:


Eu sempre tive essa dúvida: é certo que japoneses são conhecidos pelo engrish, mas será que tinha algum outro motivo para usarem o nome errado na primeira versão? Pois eis que eu passeava pela lojinha de Alcatraz quando encontro uma barra de chocolate que resolve a dúvida!


Ahá! Alcatraz tinha uma ala para prisoneiros psicóticos, essa ala era a PSYCHO WARD. O japonês deve ter visitado Alcatraz, olhou o nome e pensou, "puxa, é um bom nome para jogo!". A inspiração é tão clara que até a fonte é a mesma! Mais um mistério do MSX resolvido :)

Alcatraz

Alcatraz era um joguinho nacional escrito em BASIC. Naquela época era impossível ganhar dinheiro vendendo software, então a alternativa para os desenvolvedores era publicar livros com as listagens! Esse jogo foi publicado no livro MSX Jogos de Habilidade (o que é curioso, porque ele não é um jogo de habilidade, é um adventure de texto com uma camada gráfica de leve por cima).



Eu já perdi a conta de quantas vezes fui a San Francisco, mas ainda nunca tinha visitado Alcatraz. É bem difícil conseguir ingressos! Mas felizmente descobri um hack funcional para conseguir ingressos facilmente: eles distribuem um lote de ingressos para o dia às 6am, se você chegar cedinho dá para conseguir o ingresso sem nenhuma antecedência.


O passeio é bem divertido, se você conhece a história da prisão ou viu os muitos filmes sobre ela. Porém, conhecendo os detalhes, dá para perceber claramente que o autor do jogo nunca tinha visitado a prisão :) O jogo é sobre uma prisão genérica, só usaram o nome de Alcatraz mesmo.


California Games

Eu tenho ótimas memórias do California Games, a maioria deles longe do MSX (era um jogo muito bom no DOS e no Master System, a versão do MSX não é tão boa, em jogabilidade perde até pro Atari). Ainda assim, vale a pena lembrar dos locais onde o jogo se passa.


O mais fácil é a pista de skate, que fica exatamente abaixo do Hollywood sign:



O surfing não deixa indicado qual praia exatamente é, mas eu aproveitei o calor para surfar em Santa Monica:



O footbag é ali na região mais ou menos da Marina em San Francisco, com a Golden Gate ao fundo:


O skating é em Venice Beach, tem uma pista enorme só para bicicletas, skates e patins ali. Esse videozinho que filmamos mostra uma turma dançando com patins:



O frisbee é em uma das muitas florestas de sequóias e coníferas que tem ali entre o Silicon Valley e o Pacífico, como o Big Basin Reedwood Park:


Ficou faltando só o BMX, deve ser em algum lugar mais para o interior da California que eu ainda não fui.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Nemesis 3

Os Moais são uma presença recorrente nos jogos da série Nemesis. Porém, no Nemesis 3, eles retornam evoluídos! Os Moais nesse jogo são meio-ciborgues e mais difíceis de derrotar.


Mas na vida real os moais também evoluíram! Depois ver o moai do museu do Louvre, e o moai do museu de História Natural em NY, nós fomos visitar o Moai do British Museum em Londres. Mas esse moai evoluiu, é um moai com mamilos!


A evolução tem um motivo. A maioria dos 887 moais conhecidos é feita de tufo, uma rocha formada a partir de cinzas vulcânicas, e bastante fácil de escavar. Mas a baixa densidade que a torna fácil de escavar também impede que você faça esculturas muito detalhadas nela. Mas, desses 887, existem 13 moais que são feitos de basalto, uma rocha mais dura e que permite esculturas com mais detalhes, incluindo mamilos. 

Livingstone Supongo

Livingstone Supongo é mais um divertido plataforma da Opera Soft. Assim como o Goody, esse jogo foi lançado no MSX em duas versões, uma para MSX1 e outra para MSX2, onde a tela de abertura é bastante colorida:


A história do jogo é baseada na história real de David Livingstone, explorador escocês que amava a África, e foi o primeiro a chegar na nascente do rio Nilo. Consta que, em uma das suas expedições, o Livingstone sumiu. Depois de anos sem dar notícias, o jornal New York Herald resolveu pagar o também explorador Henry Morton Stanley para ir ao coração da África descobrir o paradeiro de Livingstone. Essa jornada é a retratada no jogo do MSX.



A história teve um final feliz, o Stanley encontrou o Livingstone vivendo em uma vila africana. Ao encontrá-lo, perguntou: "Dr. Livingstone, eu presumo?", frase famosa que nomeou o jogo. Mas ela era claramente piada. Livingstone era o único branco vivendo naquela região da África.

Livingstone é considerado um herói na Escócia, onde uma estátua dele adorna a principal avenida de Edimburgo:

Além disso, ele está quase totalmente enterrado no lugar mais nobre de todo o Reino Unido: a Westminster Abbey em Londres. (O quase totalmente é porque ele amava tanto a África que seu coração está enterrado lá, só o restante foi trazido de volta).




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Knightmare

Um dos jogos mais lembrados do MSX é certamente o Knightmare. Na história do jogo, Afrodite, a princesa do reino Grego, foi raptada pelo demônio Hudnos, e a deusa Hera envia um sonho ao herói Popolon contando onde está a prisão de Afrodite: o monte Athos.


Daí a gente conclui que a fase final do jogo é no monte Athos, que fica bem ao norte da Grécia, quase na fronteira com a Bulgária. Mas de onde o Popolon parte? A minha teoria é que as colunas da primeira fase estão representando a Acrópole em Atenas, onde fica o Partenon.


O manual do jogo não tem nenhuma prova conclusiva de que a história começa em Atenas, mas a teoria faz sentido. De Atenas até o monte Athos é só seguir em linha reta para o norte, que é exatamente o caminho que o Popolon faz.

Theseus

Theseus era um dos meus puzzles preferidos no MSX. Ele também era um dos jogos tecnicamente mais complexos do sistema. Por trás da estética minimalista estilo xkcd, o jogo rodava em uma engine de scroll fino inercial em oito direções, o que é bastante complexo de se fazer no MSX 1
.

Enquanto viajava na Grécia, acabei encontrando Theseus em um local que não esperava, o Templo de Apolo em Delphi. Na época das cidades-estado, esse era um local independente onde todo o povo grego se reunia. Porém, cada cidade-estado queria se mostrar mais próspera que a outra, e eles faziam isso construindo templos-ostentação. O único que ainda está de pé é o templo da cidade de Atenas:


Esse é um exemplo clássico de arquitetura de Atenas, um templo com colunas dóricas, tríglifos e métopas. A parte bacana é notar o que está esculpido nas métopas: é a saga de Theseus contada em quadrinhos! Theseus é tido como o fundador de Atenas, então naturalmente o templo iria homenageá-lo. Entre as cenas esculpidas, estão o encontro de Theseus com a deusa Atena, Theseus e o Rapto da Amazona, e, claro, Theseus no labirinto do Minotauro, que foi o que inspirou o jogo.

Note que as métopas que estão no templo não são as originais, são só cópias. Para protegê-las das intempéries, as originais ficam dentro de um museu. Ali dá para ver que as originais sofreram muito com a ação do tempo.


Outra curiosidade sobre o Theseus é que a gente entrava naqueles templos gregos com mais de 2500 anos de idade e eu lia de boa tudo que estava escrito na paredes. A Ila me perguntou "mas Ricbit, onde você aprendeu a ler grego?", e eu respondi "uai, eu fiz engenharia, sei TODAS as letras gregas!"

É claro que isso ajuda a ler, mas não ajuda a entender o que está sendo lido hehe. Por outro lado, funciona bem para nomes próprios, e em especial, serve para ler o que está escrito no jogo. Em letras grandes está escrito "Theseus", e logo abaixo "Iligks 1". O Iligks 4 chegou no Brasil como Episode 4, mas eu nunca descobri se existiram o Iligks 2 e 3.

Rescate Atlantida

Um dos últimos jogos da Dinamic para MSX, Rescate Atlantida conta sua própria versão da lenda de Atlântida.


No jogo, descobrimos que a cidade de Atlântida era só um disfarce, ela foi construída em cima de uma espaçonave vinda do planeta Somerset. Quando a espaçonave submergiu, a cidade foi junto. No jogo, bastante colorido para os padrões espanhóis, você é um mergulhador que precisa encontrar a espaçonave antes que os aliens rivais D.A.G. o façam!


Já na vida real, Atlântida foi só uma história inventada pelo grego Platão em um de seus diálogos. Porém, como diria Hollywood, é uma história "baseada em fatos reais". Há evidências bastante conclusivas de que a história foi baseada na civilização minoana que morava na ilha de Thera, que hoje em dia é a cidade grega de Santorini:


Se você quiser saber mais sobre a ligação de Santorini com Atlântida, eu recomendo o meu outro blog de viagens, onde eu falo um pouco mais sobre as evidências!

Goonies

Um dos meus jogos prediletos no MSX é o Goonies. Ele é um excelente jogo de plataforma, mas na época o que realmente me atraiu foi a música-tema dos Goonies, adaptada de maneira bastante competente para o parco PSG de três canais do MSX:


Em 2008, a Cyndi Lauper veio cantar em Belo Horizonte e naturalmente a Ila e eu fomos assistir. Nós demos sorte imensa de ouvir a música dos Goonies ao vivo, não é sempre que ela canta! Até gravei a apresentação:




terça-feira, 16 de outubro de 2012

Konami

Quando eu comprei meu primeiro MSX, veio junto com ele um punhado de fitas cassete, cheias de joguinhos, alguns bons e outros ruins. Mas eu era esperto, e logo saquei como diferenciar os dois tipos. Os bons eram os que começavam com a tela azul abaixo:


A Konami começou sua incursão no MSX criando adaptações de seus arcades, como Frogger e Super Cobra, e depois começou a criar jogos exclusivos para MSX que marcaram época, como Knightmare e Penguin Adventure. No MSX 2, ela começou franquias que duram até hoje, como Metal Gear e Vampire Killer (Castlevania).

Indo ao Japão, logicamente eu não tinha como deixar de visitar o prédio da Konami né?


O prédio é exclusivo dos funcionários, para os visitantes só tem uma lojinha disponível no térreo (mas a lojinha quase não tem nada de MSX, só uns poucos itens de Gradius e Metal Gear). Como não dava para entrar no prédio, eu resolvi apelar. Chegamos lá bem na hora do almoço, quando os funcionários estavam saindo para o restaurante. Eu fiquei de olho tentando ver alguém conhecido, como o Kojima, mas não reconheci ninguém.


Como o plano do almoço falhou, eu fiquei tentado a usar engenharia social no guardinha para invadir amigavelmente o prédio, mas aí a Ila ficou medo de sermos deportados e me impediu :)

Payload

Quando estávamos planejando nossa viagem ao Japão, era comum que a Ila ficasse um tempão procurando no mapa onde estavam as cidades, enquanto que eu, só de ouvir o nome, já sabia onde a cidade ficava. O motivo é simples: eu era viciado em Payload!


No Payload você controla um caminhoneiro que precisa fazer entregas ao longo do Japão. O mapa do jogo é bastante fiel, e as cidades ficam no mesmo lugar que na vida real. Por isso, quem jogou Payload não se perde no mapa do Japão.


Quando estivemos no Japão em fevereiro, não perdi a oportunidade de tirar uma foto ao lado de um autêntico caminhão de entregas japonês!


O caminhão era da Kuroneko Yamato Takyuubin, o lendário serviço de entregas do gato preto, que serviu de inspiração para o livro Majo no Takyuubin (em inglês Kiki's Delivery Service), e também para o conhecido anime do Studio Ghibli.

domingo, 4 de março de 2012

Iga Ninpou Chou 2

Um dos joguinhos da primeira leva da Casio é o Iga Ninpou Chou 2: Mangetsu Jou no Tatakai (traduzindo: os pergaminhos da arte ninja de Iga parte 2: A luta no castelo da lua cheia). No jogo o personagem precisa invadir o castelo para roubar os pergaminhos secretos do clã ninja de Iga.


A curiosidade é que o tal clã ninja existe de verdade, na cidade de Iga, no Japão. A cidade possui um museu dos ninjas, contando tudo sobre a história dos ninjas, com exposições de armas da época, e até mesmo exibição de ninjas ao vivo.

Além disso, bem ao lado do museu, você também pode visitar o castelo ninja de Iga, o mesmo que você invade no jogo!


A resolução do jogo é meio ruim e não dá pra reconhecer o castelo, mas na ilustração da caixa fica claro que é o mesmo:


Parodius

Quem já jogou o Parodius até o final deve se lembrar do último inimigo do jogo, o temível Baku.


O Baku é uma lenda japonesa sobre um animal telepático que se alimenta dos sonhos das pessoas. Ou pelo menos era o que eu achava. Conversando com um amigo japonês, ele me disse que Bakus são animais reais, e que qualquer zoológico japonês tem um deles. Naturalmente fiquei curioso, e me prometi que quando fosse ao Japão eu visitaria um zoológico para ver um Baku de perto.

Pois bem, quando estávamos em Tokyo, fomos até o Ueno Zoo, e eis que lá eu encontro finalmente o Baku!


A Ila, que é uma menina esperta, logo me perguntou se estávamos no lugar certo. "Isso aí não é um Baku, é uma Anta", disse ela. Mas eu conferi na plaquinha do zoo, e lá estava escrito Baku mesmo. O jeito foi ligar o Android e apelar pra Wikipedia, onde confirmamos: de fato, o Baku e a Anta são o mesmo bicho.

Ou seja, eu viajei meio mundo pra ver o Baku, e no fim era um bicho super comum aqui no Brasil. Concluí que naquele momento o zoológico tinha duas antas.

Hinotori

Na cidade de Kyoto existe o Museu Internacional do Mangá, um prédio enorme com o maior acervo de mangás de mundo, incluindo várias raridades como o primeiro mangá publicado, de 1862. Estando na cidade, eu não podia deixar de visitar o museu!

Mas como eu sou azarado, descobri que o museu fecha exatamente dois dias por ano para renovação do interior, e os dois dias eram exatamente os que eu estava na cidade. Bummer.

Ainda assim, nós passamos na frente do museu, e por trás da grade e da janela olha só quem dava pra ver:


Um zoom pra ficar mais fácil:


É uma estátua gigante do Hinotori! O famoso personagem do Tezuka, que apareceu em mangás, animes e até em jogo de MSX. Procurando na web eu achei um cara que teve mais sorte que eu, e conseguiu tirar uma foto boa. Vejam no flickr dele como a estátua é bonitona.



sábado, 28 de agosto de 2010

Space Manbow

A Konami nunca fez uma versão do Nemesis para MSX2, mas em compensação fez um jogo tão bom quanto: Space Manbow.


Quando eu era criança, não sabia quem era o tal do Manbow do título. Só muitos anos depois eu descobri: manbow é uma espécie de peixe, que no Brasil é conhecido como peixe-lua. Quando passamos pelo Natural History Museum em NY, aproveitei para tirar uma foto com um deles:


Não é realmente parecido com as naves do jogo?